Taxa de desemprego e rendimento médio

A taxa de desemprego está próxima da mínima e o rendimento médio está perto da máxima. Ou seja, o mercado de trabalho está aquecido e o brasileiro possui mais renda disponível para gastar. Fique conosco até o final e saiba mais a respeito da taxa de desemprego e o rendimento médio.                

Boa leitura.     

O conceito de desemprego 

Uma pessoa desempregada (desocupada) é aquela que possui mais do que 14 anos, não está trabalhando, mas está em busca de trabalho. Portanto, com base na definição apresentada, o fato de uma pessoa não estar trabalhando não significa necessariamente que ela está desempregada. 

Por exemplo, se um adolescente com 16 anos dedica-se integralmente aos estudos, não iremos considerá-lo desempregado. Um outro exemplo, seria o caso de um microempreendedor com 35 anos e que possui uma pequena loja de roupas. Ambos possuem idade acima de 14 anos, mas não estão à procura de emprego. O primeiro em virtude da dedicação aos estudos e o segundo pelo fato de possuir o próprio negócio. 

Taxa de desemprego e rendimento médio 

A taxa de desemprego (desocupação), medida pelo IBGE, é a razão entre o número de desempregados e o total da força de trabalho (ocupados + desempregados).    

Se a força de trabalho do país fosse composta por 100 milhões de pessoas e o número de desempregados fosse igual a 10 milhões, então, a taxa de desemprego seria igual a 10%. Ou seja, para cada 100 pessoas da força de trabalho, 10 estão desempregadas. 

Com base nos dados mais recentes da PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desemprego para o trimestre formado pelos meses de fevereiro, março e abril de 2024 atingiu um dos menores valores da série histórica desde 2012, conforme observado no gráfico a seguir. 

Fonte: IBGE – PNAD Contínua.

Portanto, o mercado de trabalho está aquecido e torna-se mais difícil para os empregadores a contratação de novos funcionários. Já do ponto de vista do empregado, ele possui um maior poder de barganha em termos salariais, pois literalmente há uma escassez de mão de obra disponível na praça. Nesse sentido, para fins de comparação, é interessante analisarmos também a evolução do rendimento médio, ambos desde 2012. 

Fonte: IBGE – PNAD Contínua.

Após observarmos o gráfico, constatamos que o rendimento médio para o trimestre formado pelos meses de fevereiro, março e abril de 2024 está próximo da máxima da série histórica desde 2012. Observamos que o último trimestre de 2021 foi um ponto de inflexão para a trajetória do rendimento médio: a tendência de baixa foi revertida para uma tendência de alta. Portanto, atualmente, o brasileiro possui mais renda disponível para gastar, o que exerce uma pressão maior sobre os preços.      

Inflação e a taxa Selic

Dado que o mercado de trabalho está apertado e o brasileiro possui mais dinheiro no bolso para gastar, entendemos que a tarefa de controlar a inflação tornou-se ainda mais exigente para o nosso Banco Central. 

Em virtude da maior disponibilidade de renda, é provável observarmos um aumento na demanda por bens e serviços, mas não necessariamente um aumento proporcional na oferta destes mesmos bens e serviços. Isso não é algo positivo em termos inflacionários. 

Por exemplo, uma pessoa estaria mais propensa a pagar um pouco mais caro pelo seu lanche favorito, dado que o seu rendimento aumentou. Ela também aceitaria arcar com um aumento no seu serviço de streaming predileto, pois está ganhando mais e apesar do aumento, o valor ainda cabe no bolso. 

Portanto, o mercado de trabalho e os rendimentos exercem um papel fundamental na variação dos preços dos bens e serviços, ou seja, na inflação. Logo, considerando o cenário próximo ao pleno emprego, o rendimento médio próximo da máxima, o descontrole das contas públicas e a necessidade de manter a inflação controlada, entendemos que a manutenção da taxa Selic em patamares elevados ao longo de 2024 será defendida pelo Banco Central.  

Referências

ibge.gov.br/explica/desemprego.php 

ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9173-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-trimestral.html?=&t=series-historicas&utm_source=landing&utm_medium=explica&utm_campaign=desemprego

bcb.gov.br/estatisticas/detalhamentoGrafico/graficosestatisticas/precos

bcb.gov.br/estatisticas/detalhamentoGrafico/graficoshome/selic 

2 comentários

  1. Prezado mestre Caio,
    Tocou em pontos super importantes neste post, com certeza irá contribuir com os investidores e aqueles que estão começando investir.
    Parabéns pelo trabalho que vem executando. Muito bom seus posts.
    Nota DEZ.
    Abraço!

    • Mestre Colle, muito obrigado pelos elogios. O Sérgio e eu estamos cada vez mais engajados em entregar um conteúdo acessível e de qualidade para o público em geral. Por esse motivo procuramos abordar um leque variado de temas utilizando uma linguagem simples e com o mínimo de termos do mercado financeiro. A ideia principal é aproximar as pessoas cada vez mais da educação financeira, pois tendo ela como aliada é possível desfrutarmos de uma qualidade de vida melhor. Abraço e bons investimentos.

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