O que fazer com a bolsa em queda?

A bolsa brasileira acumula uma queda de 9% desde o início do ano. Se desconsiderarmos o mês de fevereiro em todos os outros meses o Ibovespa fechou em queda. Além disso, o mercado em geral não está otimista para o desempenho de curto e médio prazo das ações brasileiras. Sem falar nos investidores estrangeiros. Eles seguem em debandada da bolsa desde o início do ano. Dado este cenário, é natural que o investidor fique pensativo a respeito das suas aplicações. Justa reflexão. Se a ideia é adquirir ações tendo em vista o crescimento do patrimônio, o que fazer com a bolsa em queda? Nos acompanhe nesta jornada e verifique as nossas considerações a respeito deste tema.            

Boa leitura.     

1)  Fortaleça a sua mentalidade de investidor 

Todo investidor visa obter em média um retorno acima da inflação para as suas aplicações no longo prazo. Ou seja, o objetivo primordial do investidor é manter e até mesmo aumentar o seu poder de compra ao longo dos anos

Nesse sentido, nós, investidores em ações com foco no longo prazo, precisamos lidar com duas componentes fundamentais do retorno total de uma ação: a valorização do ativo e o retorno de dividendos. Embora a valorização do ativo seja incerta, o retorno de dividendos é mais consistente e previsível.                     

Por outro lado, o especulador visa obter ganhos no curto e médio prazo aproveitando as oscilações do mercado. Isso pode ocorrer tanto em um mercado em alta ou em baixa. Os especuladores não necessariamente precisam ter a posse de um determinado ativo para ganhar dinheiro com ele: podem alugá-lo e operar no mercado (venda à descoberto). 

Portanto, a estratégia do especulador reside exclusivamente no ganho de capital. Ou seja, para ele pouco importa se a ação é de uma empresa de um setor cíclico ou um setor perene da economia, se ela distribui dividendos ou não, se a tendência é de alta ou de baixa para o papel.                       

O especulador não é um acionista, mas sim um apostador. O que é totalmente legítimo e honesto, de acordo com a dinâmica da bolsa. Porém, se você não é um especulador, eis uma primeira dica sobre o que fazer com a bolsa em queda: fortaleça a sua mentalidade de investidor.

A mentalidade do investidor exerce um papel fundamental no processo de tomada de decisão

2) Não fique obcecado pelo preço das ações          

Se você não é um trader e destina uma parte dos seus recursos para a bolsa com foco no longo prazo, eis uma segunda dica sobre o que fazer com a bolsa em queda: não fique obcecado pelo preço das ações. 

Em vez de gastar tempo e energia verificando constantemente o home broker, mantenha-se atualizado em relação aos fundamentos das empresas do seu portfólio e priorize o retorno através dos dividendos. Isso certamente lhe trará paz de espírito, um sono mais tranquilo e menos gastos com as taxas da bolsa

Além disso, fique atento às oportunidades que podem surgir com a bolsa em queda. As empresas seguem vendendo seus produtos e serviços diariamente, independente do humor e do noticiário do mercado financeiro. Portanto, não é raro observarmos as ações de uma empresa se desvalorizando, embora os lucros estejam aumentando.  

3) Estude o cenário macroeconômico

As oscilações da bolsa de valores decorrem de diversos fatores, dentre os quais o cenário macroeconômico é um deles. Ou seja, a situação atual e as expectativas do mercado em relação à taxa de juros, inflação, desemprego, renda, contas públicas, dentre outros fatores, também influenciam diretamente o desempenho dos ativos. 

Dado que os investidores estrangeiros e os institucionais representam a maior parte dos investidores na bolsa brasileira em termos de recursos financeiros, bem como levando-se em conta que eles costumam direcionar os seus recursos para os investimentos que apresentam o melhor potencial de alta no curto e médio prazo, então, o cenário macroeconômico é uma variável fundamental no desempenho da bolsa.

Nesse sentido, caso existam outras opções menos arriscadas e com um maior potencial de retorno no curto prazo, então, a bolsa de valores brasileira tende a ser menos atrativa. Assim, os investidores estrangeiros e institucionais exercerão uma pressão vendedora em relação aos papeis das empresas e a consequência natural é a desvalorização das ações, mesmo que isso não reflita necessariamente os fundamentos das empresas. 

Tem muita gente querendo vender ações e poucas pessoas querendo comprar. É uma questão de oferta e demanda. Portanto, a nossa última dica sobre o que fazer quando a bolsa estiver em declínio é a seguinte: estude o cenário macroeconômico. 

Bons investimentos.

Referências

b3.com.br/pt_br/institucional

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