Experiências e aprendizados em 5 anos de bolsa
Nesta quinta-feira, 3 de abril de 2025, faz exatamente 5 anos que eu comecei na bolsa. Ou seja, o meu início na bolsa de valores coincidiu justamente com o início da pandemia em 2020. O que para muitos poderia ser visto como um sinal de azar, eu enxerguei como uma valiosa oportunidade. De lá pra cá já saímos da pandemia, tivemos alternância de poder no Brasil (Bolsonaro-Lula) e nos EUA (Biden-Trump), altas e baixas no mercado financeiro, boom das commodities, altas nas taxas de juros e inflação ao redor do mundo. A economia é dinâmica. E a política também. Nesse sentido, pretendo compartilhar as minhas experiências e aprendizados em 5 anos de bolsa tendo em vista que os rumos da economia e da política fogem ao controle do investidor. Não há um momento ideal para investir. O ideal é investir sempre.
Boa leitura.
Carteira de ações
Embora pareça pejorativo chamar alguém de inexperiente, creio que todos nós temos clareza quando somos inexperientes em algo. Na bolsa de valores não é diferente. Quando eu comecei na bolsa, cometi muitos erros por falta de experiência. Perdi algumas oportunidades e até mesmo uma quantia expressiva de dinheiro. Além disso, eu fui relutante em aceitar os meus próprios erros. Esse foi o meu pior erro.
A principal “pérola” no meu início na bolsa foi conseguir a proeza de montar uma carteira de ações com 26 empresas. Ou seja, era uma loucura total. O meu portfólio de ações não refletia estratégia alguma. Eu me deslumbrei com a ideia de me tornar sócio de empresas. Não se engane. Comprar e vender ações é extremamente rápido e prático. Entretanto, tomar decisões de investimento sensatas é extremamente complexo.
Estratégia de investimento
Hoje a minha carteira de ações possui apenas 3 empresas. A minha estratégia de investimento consiste em adquirir ações de empresas com bons fundamentos e que pagam bons dividendos e que atuam em setores perenes da economia. Posso afirmar que, hoje, a minha carteira de ações representa exatamente a minha estratégia de investimento.
O meu objetivo é ser acionista de grandes empresas pelo menor custo possível. Quanto maior o número de ações, maior será o montante dos dividendos. Nesse sentido, eu me considero um investidor possessivo. Ou seja, a minha ideia é comprar e manter as ações pelo maior tempo possível. A venda de uma ação só se justifica em situações bem excepcionais. A renda passiva é o principal. O ganho de capital é eventual.
Visão de mundo
Desde o meu início na bolsa, a minha visão de mundo mudou bastante. Embora isso seja algo natural em virtude das experiências cotidianas que desfrutamos, confesso que eu não tinha ideia do impacto que as minhas decisões de investimentos teriam sobre a minha vida de uma forma mais ampla.
Hoje, eu tenho uma clareza bem maior sobre diversos assuntos que antigamente eu tinha pouca ou nenhuma afinidade, por exemplo: economia, política, sociologia, história e psicologia. Eu gosto de ler e estudar. Assim, desde o início, o investimento na bolsa se tornou um desafio intelectual para mim. Portanto, não se trata apenas de ganhar dinheiro. É muito mais do que isso.
Mercado financeiro
O mercado financeiro é o conjunto formado por pessoas e instituições que estão envolvidas diretamente com a compra e venda de ativos financeiros. Por exemplo, se você possui um título do Tesouro Direto ou uma ação, você faz parte do mercado. Por outro lado, temos também instituições de grande porte, tais como as corretoras de valores, casas de análises, bancos e fundos de investimento e governos, que por sua vez movimentam volumes de dinheiro bem mais expressivos do que o investidor pessoa física.
A partir do momento que eu compreendi melhor o que é o mercado financeiro, as minhas análises e decisões de investimento se tornaram muito mais qualificadas. O mercado se movimenta conforme as expectativas. Os políticos apresentam narrativas. As empresas, estatísticas. Os economistas e analistas, opiniões e expectativas. Porém, no final das contas, quem coloca o capital em risco é o investidor. Logo, você é o responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Portanto, a minha dica é: se preocupe mais com os seus próprios investimentos e menos com o mercado.
Bons investimentos.
