Dificuldades na gestão de diferentes classes de ativos

É comum escutarmos sobre a importância de diversificarmos nossa carteira de investimentos. O discurso é que “não devemos colocar todos os ovos dentro de uma mesma cesta”. Nesse sentido, muitos investidores acabam pulverizando o capital entre os mais diversos ativos financeiros: títulos do tesouro, ações, fundos imobiliários, ETFs, BDRs, criptomoedas, dentre outros. Porém, pouco se discute a respeito das dificuldades que se impõem na gestão de diferentes classes de ativos. Deste modo, para contribuir com o tema, compartilhamos a nossa opinião. Boa leitura!    

É impossível ser especialista em tudo

Uma das dificuldades na gestão de diferentes classes de ativos se deve ao fato que é impossível ser especialista em tudo. Nós, pequenos investidores, temos como prioridade o nosso trabalho, seja ele autônomo ou CLT. Os nossos aportes mensais dependem da renda proveniente do trabalho. 

Portanto, diferentemente das grandes gestoras e fundos de investimento, nós não temos uma equipe de funcionários à disposição para realizar análises sobre os mais diversos ativos financeiros. Precisamos ter consciência das nossas limitações em relação ao tempo, esforço e conhecimento

Além disso, seria muita pretensão acreditarmos que dispomos de habilidades intelectuais acima da média que nos possibilitam desenvolver ótimas análises sobre diversas classes de ativos. 

De fato, até mesmo os bancos de investimentos e as corretoras distribuem seus analistas por setores para que eles possam dedicar tempo, esforço e conhecimento sobre uma determinada classe de ativos específica. Por exemplo, os setores de análise de ações, fundos imobiliários, títulos de dívida, criptomoedas e, assim por diante.      

É impossível ser especialista em tudo

Taxas e impostos

Um segundo ponto de dificuldade reside no controle de taxas e impostos. No mercado financeiro é raro escutarmos sobre as taxas e impostos que são aplicadas sobre as diferentes classes de ativos. A ênfase reside no “giro da carteira” e pouco se discute sobre os custos deste giro. 

Por exemplo, a taxa de negociação e os emolumentos que são cobrados pela bolsa quando compramos e/ou vendemos ações e fundos imobiliários correspondem a 0,03% sobre o valor negociado. Porém, os dividendos das ações e dos fundos imobiliários são isentos de imposto de renda. Por outro lado, os dividendos dos BDRs não são isentos de imposto de renda

Além disso, poderíamos discutir também sobre as diferenças na tributação do lucro das ações, fundos imobiliários e BDRs. Por exemplo, é possível ter isenção de imposto de renda no lucro das ações, porém, isso não ocorre nos fundos imobiliários e BDRs. Ou seja, cada ativo possui uma legislação tributária específica

Nesse sentido, caso o investidor decida pulverizar o capital entre diferentes classes de ativos é possível que ele esteja reduzindo ou até mesmo desperdiçando os benefícios tributários de uma categoria por causa das taxas e tributos que são aplicados em outra.    

Conclusão

Nós, pequenos investidores, devemos aplicar o nosso capital em pouquíssimas classes de ativos e inclusive devemos nos especializar nestas pouquíssimas classes. É praticamente impossível que nós, trabalhadores CLT ou autônomos, tenhamos tempo, energia e conhecimento suficientes para analisar ações, fundos imobiliários, BDRs, criptomoedas, ouro, dólar, dentre outros. 

Um outro ponto importante é que nós não podemos menosprezar as dificuldades que são impostas pelo fato que cada classe de ativos possui uma legislação tributária específica. Até mesmo os contadores precisam estudar sobre o assunto. Além disso, quando possuímos diversas categorias de ativos estamos indiretamente eliminando os benefícios tributários de uma categoria em virtude das taxas e impostos que são cobradas sobre outra.   

Referências

ajuda.nuinvest.com.br/hc/pt-br/articles/360053326134-Como-funciona-a-tributa%C3%A7%C3%A3o-em-BDR-s-

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