Desempenho da bolsa e qualidade das empresas brasileiras
O desempenho da bolsa não necessariamente está relacionado à qualidade das empresas brasileiras. Diversos fatores influenciam de modos diferentes o desenvolvimento dos preços dos ativos. Por exemplo, as projeções do mercado quanto aos resultados das companhias e as perspectivas quanto ao juros futuro brasileiro e norte-americano. Nesse sentido, para aproveitarmos as oportunidades oferecidas pelo mercado é fundamental identificarmos distorções favoráveis entre a cotação e o preço-teto de uma ação. Esse é o foco da discussão do nosso texto.
Boa leitura.
Desempenho da bolsa
No acumulado de 2024 (até 8/5/24), o desempenho da bolsa brasileira – mensurado através do Ibovespa – está negativo em 3,50%. Se comparado a outros índices que medem o desempenho das bolsas ao redor do mundo, o Ibovespa (em dólar) está entre os piores.
Além disso, considerando-se que a taxa de juros americana está em 5,50% a.a., a taxa Selic em 10,50% a.a., bem como o descontrole dos gastos públicos, podemos supor que do ponto de vista do investidor estrangeiro a bolsa brasileira não está atrativa. Portanto, ele prefere retirar o capital da bolsa brasileira e direcioná-lo para outros países cujos ativos apresentam um melhor potencial de rentabilidade aliado a um risco menor, tais como, Estados Unidos, México, Japão e China.
Dado que o desempenho da bolsa é altamente dependente do fluxo estrangeiro, então, se os gringos estão de saída, é razoável esperarmos que o Ibovespa tenha uma performance pouco expressiva e até mesmo negativa no curto e médio prazo.
Qualidade das empresas brasileiras
Porém, apesar do fraco desempenho das ações brasileiras em 2024, não podemos confundir o desempenho das ações com o desempenho das empresas, sobretudo pelo fato que diversas empresas brasileiras são de altíssima qualidade e inclusive já reportaram excelentes resultados no 1º trimestre de 2024 (1T24).
Por exemplo, Klabin (KLBN4), Vale (VALE3), BB Seguridade (BBSE3), Transmissão Paulista (TRPL4), Engie Brasil (EGIE3), PetroRio (PRIO3), Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3), Ambev (ABEV3), Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) são algumas das empresas que apresentaram ótimos resultados no 1T24 e em alguns casos até mesmo recorde de lucro na base de comparação ano contra ano.
Portanto, se você está focado exclusivamente na rentabilidade das ações, talvez o ano de 2024 não seja um dos mais animadores. Porém, se você está focado no recebimento de dividendos, este pode ser um dos melhores anos para se obter renda passiva. A resiliência e a qualidade das empresas brasileiras devem ser reconhecidas por todos nós brasileiros.
De fato, apesar de convivermos com uma das maiores cargas tributárias do mundo, inflação alta e persistente, bem como juros acima de dois dígitos desde o início de 2022, é notável o fato que as grandes empresas brasileiras continuam apresentando ótimos resultados e gerando valor aos seus acionistas principalmente através da distribuição de bons dividendos.
Conclusão
Em nossa opinião, estamos vivenciando um momento bastante oportuno para a compra de ações, sobretudo pela distorção favorável entre a cotação e o preço-teto dos ativos. O desempenho da bolsa não reflete diretamente a qualidade das empresas brasileiras. Com efeito, estamos observando uma estagnação ou até mesmo uma baixa nas cotações das ações, sendo que as empresas têm divulgado ótimos resultados e uma maior distribuição de dividendos.