3 lições que aprendi com a bolsa de valores
A bolsa é um mecanismo de investimento extremamente democrático. Diferentes tipos de empresas e pessoas se encontram neste grande mercado de valores em busca de excelentes negócios. Brasileiros e estrangeiros, todos são bem-vindos. Se você tem pouco ou muito dinheiro, isso não importa. Existem ações abaixo de 1 real e outras acima dos 50 reais. Tudo depende da estratégia, do bolso e do gosto. Nesse sentido, com o intuito de fomentar a curiosidade daqueles que ainda não ingressaram no mercado acionário, bem como para compartilhar as minhas experiências com aqueles que já fazem parte dele, apresentarei 3 lições que aprendi com a bolsa de valores desde o meu início em abril de 2020.
1) A razão deve sobrepor a emoção
Ao ingressar na bolsa experimentamos diferentes tipos de sensações: ansiedade, ambição, aversão ao risco, alegria, euforia, confiança, dentre outras. Portanto, apesar das estratégias que elaboramos e dos objetivos que definimos, é comum o embate entre a razão e a emoção.
Se por um lado, nossa razão assegura que devemos aumentar a nossa posição na ação X pois ela já faz parte da nossa carteira, o preço e os fundamentos estão excelentes, por outro lado, nossa emoção acredita que o ideal é comprarmos a ação Y que não faz parte da carteira, mas que está na moda e os colegas de bolsa, analistas e estrategistas de mercado acreditam que possui um potencial de valorização de 30% no curto prazo.
A lição que fica deste e de outros conflitos que se desenvolvem em nossa arena mental é a seguinte: a razão deve sobrepor a razão. Essa é uma das principais lições que aprendi com a bolsa de valores. Além disso, não compre e nem venda ativos baseado somente na emoção. Faça uma análise racional dos fundamentos da empresa, o preço-teto e a margem de segurança das ações, bem como a projeção de dividendos. É preciso ter um elevado grau de frieza para lidar com o ambiente da bolsa.
2) Ter estratégia de longo prazo é fundamental
Se algum amigo comentar que a estratégia adotada por ele é “comprar na baixa e vender na alta”, então, muito provavelmente ele não possui estratégia alguma. Talvez ele ainda não tenha se dado conta, mas está aplicando o dinheiro de forma especulativa. Isso não é diferente de apostar em um cassino ou adquirir um bilhete de loteria. Infelizmente, muitos investidores ingressam na bolsa com essa mentalidade. Eu também já passei por essa fase. Me parece um estágio inicial a ser vivenciado por praticamente todos os investidores.
Após a minha fase de especulador, com lucros e prejuízos erráticos, tomei consciência de que investir em empresas é totalmente diferente de especular com as suas ações. Ou seja, ter estratégia de longo prazo é fundamental. De fato, pois a volatilidade é intrínseca ao mercado acionário e os movimentos de curto prazo refletem muito mais os sentimentos dos investidores do que os fundamentos da empresa.
Portanto, no intuito de me blindar contra o pensamento especulativo, implementei a estratégia de longo prazo focada no recebimento de dividendos. Essa estratégia foi consagrada por Décio Bazin e Luiz Barsi, investidores extremamente bem-sucedidos na bolsa e que focaram na renda passiva gerada pelas ações.
A estratégia de dividendos é basicamente a seguinte: comprar ações de boas empresas situadas em setores perenes da economia, que estejam cotadas a bons preços e que pagam bons dividendos. Foi nessa estratégia que eu me encontrei. Porém, cada investidor deve trilhar o seu caminho. Espero que você encontre a estratégia que esteja melhor alinhada aos seus objetivos de vida e ao seu perfil de investidor.
3) Receber dividendos é libertador
Uma das 3 lições que aprendi com a bolsa de valores é que receber dividendos é libertador. No decorrer da minha vida escolar, na graduação e na pós-graduação, fui educado, estimulado e condicionado a vislumbrar apenas um tipo de renda: a renda proveniente do trabalho assalariado como empregado CLT. Porém, quando recebi os meus primeiros dividendos em maio de 2020 experimentei uma sensação maravilhosa e um efeito libertador bastante poderoso sobre o meu pensamento.
Enquanto acionista eu tenho direito a receber uma parte dos lucros da empresa, mesmo que eu não cumpra expediente algum nela. Foi uma mudança e tanto para alguém que vislumbrava apenas a renda como empregado CLT. Além disso, notei que uma das grandes vantagens da renda passiva com ações é o fato dela ser menos tributada do que a renda ativa proveniente do trabalho assalariado como empregado CLT. Com efeito, os dividendos são isentos de IR e os juros sobre capital próprio (JCP) são tributados na fonte em 15%, independentemente do quanto se ganha de dividendos ou JCP.
Por outro lado, o empregado CLT, no geral, costuma verificar uma grande diferença entre o salário bruto e o salário líquido devido aos impostos. Cabe destacar que a tributação não é a mesma para todos os salários, pois as alíquotas de INSS e IR são progressivas. Ou seja, conforme o seu salário contratual for subindo de faixa, mais você pagará de INSS e IR. Portanto, pra mim está claro que, o segredo é transformar a minha renda ativa de professor CLT em renda passiva através da aquisição de ações de boas empresas situadas em setores perenes da economia, que estejam cotadas a bons preços e que pagam bons dividendos.
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